A
verdade de cada ser não é algo que possa ser assumido ou planejado. Ela
é a conseqüência de uma série de desenvolvimentos que o espírito
atinge, envolvendo as numerosas e particulares facetas das suas
propriedades.
A
assunção da verdade se dá com a maturidade das propriedades em
equilíbrio, que criam condições para o desabrochar. Livre de máculas,
desequilíbrios, tendências e pendências, o espírito passa a exercitar
suas condições naturais de uma forma plena, desenvolvendo sua
personalidade mais profunda, formada pela sua individualidade única
criada por Deus e pelas inúmeras experiências e conhecimentos que teve
durante as trajetórias encarnatórias. Tal exercício constitui a
plenitude do ser, preparando-o para alçar novos estágios que lhe seriam
impossíveis se não tivesse atingido essa condição. Neste momento, ele é,
verdadeiramente, um ser cônscio das suas características, em paz e
alinhado com o Criador, apesar de ainda longe da perfeição. Vive
portanto sua verdade, ou a individualidade que construiu junto com o
Pai, perfeitamente livre e ao mesmo tempo interligada com a criação. Não
há nesse momento mais margem ou risco de erros; não há a possibilidade
de que o ser caia novamente, pois ele detém o controle absoluto de si,
ao mesmo tempo em que sua consciência acha-se indelevelmente conectada a
Deus.
Como
disse Deus a Moisés no deserto, quanto este lhe pergunta como deve
chamá-lo, o espírito em verdade simplesmente é. Trata-se de um ente que
entende a linguagem universal muito mais do que saberia descrevê-la pela
língua dos homens. Não há acúmulo de conhecimento puro e simples em
palavras frias estudadas, mas um alinhamento com Deus que lhe abre
continuamente portas e portas de percepção que lhe permitem entender a
criação e as criaturas. E nesse nível ocorrerá o prosseguimento de seu
desenvolvimento, já em bases sólidas, num contínuo aprendizado que
dificilmente seria traduzível para quem ainda não atingiu esse estágio. E
permeando a tudo, soberano, sobressai o amor incondicional, percebido
enfim como o elemento básico de toda criação e a natureza básica de
Deus.
A
condição de espírito em verdade é a planta que brota a partir de terra
preparada para seu crescimento. A esta não pode faltar nenhum dos
elementos necessários para permitir o surgimento da vida, e são esses
elementos que o ser encarnado deve buscar. Pois a verdade é, tal como na
metáfora da planta, o surgimento de uma nova vida. É o renascimento ao
qual se referiu Jesus, quando disse que aquele que busca seu reino
deveria nascer de novo em espírito.
André Salles
Médium: Marcus
16/7/09
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