A safra de filmes que abordam a temática espírita oferece ao público mais um de seus frutos, com o lançamento, em 14 de setembro de 2012, do filme "E a Vida Continua...", grande sucesso da literatura espírita lançado em 1968, ditado pelo espírito de André Luiz ao médium mineiro Chico Xavier, em 1968 -trata-se do 13º e último livro da série “A Vida no Mundo Espiritual”.
O filme conta a trajetória da jovem Evelina (Amanda Costa), que, após ter seu carro quebrado na estrada, é socorrida pelo gentil Ernesto (Luiz Baccelli). Tal incidente dá início no a uma amizade tão sólida que persistirá quando ambos
passam para o outro plano. Será ali, do outro lado da vida, que Evelina e
Ernesto enfrentarão enormes dificuldades e desafios, onde não faltarão
surpresas e surpreendentes revelações.
Além de Amanda Costa e Luiz Baccelli, a atriz Ana Rosa e o ator Lima Duarte também intergam o elenco desse filme roteirizado e dirigido por Paulo Figueiredo que, na entrevista a seguir, comenta sobre a obra.
Como e quando começou seu interesse por temas Espíritas e/ou Espiritualistas?
Paulo
Figueiredo - Uma espécie de “cruzamento de dados” a respeito da vida me
despertou o interesse pelo espiritualismo em geral, e, mais
especificamente, pelo Espiritismo. Fatos isolados ou sequências de fatos
ao longo da minha existência me abriram os olhos para uma Realidade
além do alcance material desses mesmos olhos.
Como você vê a ascensão deste tipo de Cinema (Espírita ou Espiritualista) no Brasil?
Paulo
Figueiredo - Assim como ocorre comigo, creio que milhões de pessoas
pelo mundo afora percebem esse algo mais a propósito da vida. Dessas,
uma boa parcela se dedica às artes e à comunicação através das diversas
mídias, com destaque para o cinema e a TV. A consciência quanto ao
potencial desses meios existe desde sempre. O despertar dessa
consciência para a utilização superior deles começou a acontecer há não
muito tempo. E é comovedoramente bem-vindo.
Como surgiu o projeto para roteirizar e dirigir E a Vida Continua na sua carreira?
Paulo
Figueiredo - No início de 1970 li pela primeira vez E a vida
continua..., e me senti fascinado pela história de Ernesto e Evelina.
Pensei numa peça teatral, cheguei a escrever parte dela, tive
oportunidade até mesmo de falar sobre o projeto com nosso sempre querido
Chico Xavier, que ouviu generosamente e me estimulou a levar adiante a
ideia. Porém, o empreendimento se revelou inviável, principalmente por
razões econômicas. Em época recente, por volta de 2004, conheci Oceano
Vieira de Melo, historiador e documentarista Espírita dos mais
atuantes, juntamos nossos entusiasmos e o projeto foi redirecionado
para o cinema. Em 2005 comecei a “construir” o roteiro, em seus
primeiros tratamentos, num processo de depuração, versões sucessivas até
o texto final aprovado
pela FEB – Federação Espírita Brasileira - já em 2009. Então iniciamos
os trabalhos de pré-produção, produção e finalmente pós-produção, uma
tarefa que do nosso tempo consumiu três anos, mas nos deu uma felicidade
que em tempo nenhum desaparecerá.
Quais foram as principais dificuldades e os maiores prazeres em dirigir E a Vida Continua?
Paulo
Figueiredo - Dificuldade é uma palavra constantemente ouvida no set de
filmagem. Quando um assistente se aproxima do diretor, em geral a
conversa começa com: “Temos uma dificuldade”. São tão inúmeros quanto
inesperados os motivos para isso. Ruídos ambientes que impedem a
gravação de diálogos, movimentação de pessoas, veículos, chuvas
imprevistas, defeito no equipamento, eventual doença de alguém muito
importante na realização do filme. Por ser trabalho de equipe, uma
ausência pode significar prejuízo, impossibilidade, atraso. Isto para
falar do dia-a-dia, do lado prático. Há questões mais problemáticas a
considerar, e prefiro não dar espaço a elas, nesta matéria. Melhor falar
das alegrias. Os atores,
pessoal técnico, de produção, mais as pessoas e instituições de fora
que decisivamente colaboraram conosco só me deram motivos para sorrir e
agradecer o tempo todo. Foi como se aquela gente já tivesse sido
escolhida e reunida para esse filme desde sempre. E eu, arrogante e
pretensioso como qualquer ser humano ainda imaturo, achei que eu os
tinha escolhido.
Já tem projetos para próximos longas metragens para o Cinema?
Paulo
Figueiredo – Tenho um roteiro pronto, aguardando aprovação da FEB:
“Sexo e destino”, também da obra de André Luiz psicografada por Chico
Xavier.
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